3 de novembro de 2007

Jessica Franklin



Jessica Franklin: The Culture Black People


A
ntropóloga Política canadense












O Estúdio Digital contou com a presença da fututa Dra. em Relações Internacionais (Departamento de Ciências Políticas - McMaster University in Hamilton, Ontario, Canadá)
Jessica Franklin, de apenas 27 aninhos, no último dia 31 de Outubro, que veio falar sobre:

"A dimensão transnacional das identidades e do ativismo de mulheres Afro-Brasileiras e Afro-Jamaicanas: construindo e movendo-se para além do Estado".
Sua presença foi marcada pela Prof. Dra. Joselina da Silva (Sociologia e Cultura Brasileira - UFC/Cariri) que fez o importante papel de Tradutora durante a entrevista.



Jessica começou falando sobre sua infância. Conta que quando criança visitava a Jamaica durante todo verão, na casa de seus avós, tendo também uma enorme família lá. Hoje, mantém um casamento Inter-racial com o fisioterapeuta canadense, Andre. Muitas pessoas ainda olham com espanto, mas eles se amam muito.



Por ir tantas vezes na Jamaica pôde observar como as mulheres jamaicanas contribuem, intensamente, na luta das mulheres nas suas comunidades, nas suas famílias e no seu trabalho.

Ela expõe com clareza a garra da luta das mulheres, principalmente, sas afro-braileiras, em contextos internacionais:


"Quando observo as mulheres no Canadá, na Jamaica e, agora, no Brasil, eu percebo que elas têm um grande papel à exercer e executar, principalmente na ajuda e apoio com suas famílias, e que as mulheres são muito poderosas".

Ela acha muito interessante estar no Brasil, porque tem a oportunidade de ver que as experiências das mulheres negras
possuem seu lado diferenciado, e ao mesmo tempo similares. Diz que em Salvador, a população negra é bastante grande, mas a maioria das mulheres negras, como se observa, estão no setor informal: como vendedoras de rua, empregadas domésticas e também prostitutas. Então ela observa que a vidas das mulheres (negras) lá é muito difícil.

Sobre a nossa cidade de Juazeiro do Norte, ela explana que foi muito interessante ter vindo, porque em toda a sua vida, ela nunca havia visitado uma cidade com esse perfil, no que se refere ao poder da , sobre o quanto as pessoas trabalham em torno dela e quanto a fé é importante na cidade.

As mulheres daqui têm situações similares com as de Salavador... Há uma conexão muito grande com a Igreja e isso é importante.

Ela pôde observar isto depois da palestra feita no Sesc - Juazeiro, na noite anterior (30 de outubro), que contou com um bom número de ouvintes e com muitos debates dos mesmos:

"Consegui perceber este processo das mulheres, que estão cada vez mais se tornando impoderadas, mais fortalecidas e sempre com um olhar mais voltado para e Educação, para o cuidado com a Saúde e para a vida de suas famílias".



Um fato de grande valor e interesse que ela observou no Brasil foi o fato de haver um grande número de mulheres negras envolvidas no processo educacional e nas universidades. Diz que sua vinda aqui vai influenciar em sua pesquisa, porque ela percebe que as mulheres não estão sofridas e marginalizadas dentro da Sociedade.

Sobre as questôes raciais, seu foco maior é o Brasil. Mas tem tido grande contato com mulheres da Costa Rica, Venezuela, Colômbia e a região do Caribe, em geral. Também outras pesquisas estão surgindo no Caribe a partir dos Estados Unidos.

O que no Brasil tem chamado sua atenção, é a idéia de Democracia Racial, pois, segundo ela, o Brasil é conhecido como um lugar onde há uma Harmonia Racial e ela pretende explorar e saber se as mulheres negras têm tido essa oportunidade.

A Cultura também joga um papel importantíssimo e a Sociedade, então, vai reforçar a idéia de Democracia Racial e fazer com que se acredite que, no Brasil, somos todos realmente IGUAIS, quando na verdade, a realidade é diferente.

Conclui, ainda, que a Cultura não só reforça essa idéia, mas a ensina.


Créditos do texto: Silvana Lima e Josimere
Fografias: Deusiméria Dantas

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